CENAS DE NATAL

"Padre encontra menino Jesus na rua"
Uma moça muito pobre, como se podia perceber pelos trajes, e também pelo lugar em que se encontrava, ajeitando-se à noite sob a marquise de uma loja, fazia um embrulho com papel de jornal. Embrulhava o quê? “É meu bebê que nasceu ontem”, ela respondeu. “É para ele não morrer de frio, o jornal esquenta”.
Quem conta essa história é o padre Gilberto Kasper, de Ribeirão Preto, relatando a cena que presenciou enquanto caminhava à noite por uma rua de São Paulo. “Observava vários pobrezinhos ajeitando suas camas de papelão, na calçada, às portas de lojas já fechadas”, conta o sacerdote.
Fazia frio, “acho que era uma das noites mais frias de São Paulo”. E ali, o que mais chamou sua atenção foi a moça embrulhando o recém-nascido. O padre disse a ela, referindo-se ao bebê: “deve ser Jesus!”.
E ela indagou: “quem é Jesus, moço?”. Padre Gilberto explicou que Jesus Cristo nasceu num lugar muito pobre, numa manjedoura, no meio de animais.
“E, hoje, onde ele está?”, ela perguntou. “Continuei conversando com ela e então me surgiu a idéia de oferecer-lhe hospedagem, num hotelzinho, próximo dali. Ela aceitou. O gerente do hotel colocou inúmeras dificuldades, mas, com o pagamento adiantado, concordou em aceitar a hóspede com seu filhinho”.
Já no quarto do hotel, após ajudar a moça a se ajeitar, e vendo-a aconchegando o filhinho de apenas um dia de idade, padre Gilberto, ao se despedir, ainda teve tempo de ouvi-la dizer: “Gostei da história que o senhor contou, e do nome também. Meu filho vai se chamar Jesus”.
Doutor em teologia, com vários anos de sacerdócio, padre Gilberto Kasper conta que já se deparou com muitas situações de pessoas necessitadas, mas esta cena da mulher com o filho recém-nascido foi uma das mais marcantes, e dela se lembra às vésperas da festa natalina.


“Neste Natal, somos convidados a nos perguntar como acolher, aconchegar, Jesus em nossos corações. Devemos nos lembrar dos nossos irmãozinhos mais pobres. Embrulhá-los em um simples papel de jornal significa indiferença. Não sejamos indiferentes, mas celebremos a vida com dignidade”.

Carlos Alberto Nonino.
Pastoral da Comunicação - Paróquia Cristo Ressuscitado

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