Cristãos comemoram o domingo de Páscoa

Para teólogos da igreja, comemoração é mais importante que nascimento de Cristo
12/04/2009 - 11:14

A festa da Páscoa é celebrada pela Igreja Católica durante as missas deste domingo, que marcam a comemoração da Ressurreição de Jesus Cristo. A Páscoa é a festa central do cristão, expressam os teólogos da Igreja, que dão a ela mais importância do que à comemoração do nascimento de Jesus Cristo.“É a vitória da vida sobre a morte”, salientam. “É do sepulcro vazio que exalam os aromas perfumados da ressurreição de Jesus Cristo, e daí começa a compreensão lúcida da nossa fé, esperança e amor, que são as três virtudes teologais”, expressa o padre Gilberto Kasper. E acrescenta: “nossa fé se debruça sobre a esperança de que, morrendo, veremos Deus como Ele é”.

Já o padre Marcos Cândido tem uma razão a mais para a alegria neste domingo. Cristo Ressuscitado é o padroeiro de sua igreja, na Lagoinha. Daí a procissão tradicional, a partir das 8h30, que em direção à matriz sai do Jardim Zara, onde fica a comunidade Bom Pastor, que integra sua paróquia.

A festa da Páscoa ocorre todo ano em março ou abril, sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera no Hemisfério Norte e do outono no Hemisfério Sul. A base é o calendário do povo judeu, que comemora a Páscoa antes de os cristãos terem referência sobre o nascimento de Jesus Cristo.

Tríduo

A Igreja Católica iniciou a celebração com o Tríduo Pascal, na quinta-feira: a benção dos Santos Óleos, missa de Lavas-pés e a Ressurreição de Jesus, considerada como a oração da Eucaristia. Na sexta-feira, houve a celebração da Cruz, às 15h, provavelmente no horário em que Jesus morreu. À noite, ocorreu a procissão do enterro, uma caminhada pela região central. Ontem, foi celebrada a Ressurreição, a Vigília Pascal e, hoje, a Páscoa.

A Igreja Católica, segundo o padre Chico Zanardo, pároco da Catedral de São Sebastião, herdou a tradição da Páscoa judaica mas, acima de tudo, da passagem – Jesus que sai da morte para a vida. “Na Páscoa, nós celebramos a ressurreição. Era costume dos judeus celebrar a festa, a eucaristia. E nós também, através do Tríduo Pascal revivemos os momentos que Jesus viveu da passagem da Paixão para a Ressurreição. A Páscoa, para nós, é a busca de uma vida nova. Um momento de festa, de alegria e de encontro de toda comunidade cristã”, disse padre Chico.

A tradição sustentada no Novo Testamento é que Jesus ressuscitou num domingo, daí ser este o “Dia do Senhor”, que para os judeus é o sábado. Todas as festas móveis da Igreja Católica têm como referência à Páscoa. Assim a Ascensão do Senhor é comemorada no domingo seguinte a 40 dias depois da Páscoa, este ano no dia 24 de maio. Enquanto o Dia de Pentescostes, que marca o nascimento da Igreja, é comemorado 50 dias depois.

Páscoa judia não coincide com a cristã

Os judeus iniciaram o ritual da celebração da Páscoa, na quarta-feira à noite. Trata-se do calendário de Nissan, que normalmente corresponde ao início da primavera e prolonga-se por oito dias. Raramente coincide com a Páscoa cristã, que se comemora no primeiro domingo (hoje) de lua cheia depois do equinócio da primavera. E na quarta-feira passada, na mesa da maioria das famílias, foram servidos alimentos simbólicos ligados à tradição do povo judeu. Entre eles, o pão de ázimo, feito com mistura de água e farinha sem levedar. Mesmo porque, ao longo da Semana Santa, os judeus não podem comer alimentos levedados. O Pessach ( passagem em hebraico) ou a Páscoa judaica, é associado a festa que recorda a libertação do povo de Israel do Egito, como é narrado no livro do Exôdo, diz o rabino Alexandre Leone.

Carlos Alberto Nonino
Jornal A Cidade

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