Fiéis protestam contra a construção de estação de ônibus na praça em
frente à igreja; 800 vão à procissão à noite.
Cerca de 1,2 mil pessoas participaram nesta terça-feira (20) da missa em
comemoração ao dia de São Sebastião na Catedral de Ribeirão Preto. Após a
celebração, os fiéis ainda se reuniram para abraçar a igreja em forma de
protesto contra a construção da Estação Catedral para os ônibus coletivos.
Puxando a fila, o Padre Chico terminou a missa pedindo que os fiéis se
reunissem e o seguissem para circular a igreja.
“Acho muito importante participar, não podem fazer a estação aqui e não
podemos deixar que eles destruam a nossa igreja”, afirma Idalina Nunes, 70
anos.
“É a nossa Catedral, temos que lutar por ela e fazer de tudo para que
seja preservada”, ressalta Carmelina Maria de Jesus, 58, que também participou
da missa e do abraço ao templo.
"Não quero um terminal aqui, não podemos deixar que eles façam isso
e a igreja continue tendo as rachaduras", diz Luzia Pereira.
A professora de história, Nainora Freitas, membro do Centro de Estudos
da Arquidiocese, explica que o forte tráfego na região do entorno da Catedral
contribui para os abalos existentes na estrutura e podem piorar com a
construção da Estação.
“Temos um laudo de 2013 feito pela empresa Falcão Bauer que nos mostra
esse risco iminente e nenhuma intervenção pode ser feita na estrutura enquanto
não se resolver essa questão”, explica.
O engenheiro membro do Ferp (Fórum das Entidades de Ribeirão Preto),
Cantídio Maganini, diz que a construção da Estação Catedral é inviável no local
que já tem um tráfego pesado. “Nós vamos oferecer ao Ministério Público ainda
essa semana a opção de construir a Estação na [rua] Carlos Gomes”, explica.
Segundo ele, ao invés dos ônibus subirem a rua Florêncio de Abreu, eles
subiram a rua Duque de Caxias e parariam na Estação na praça Carlos Gomes,
localizada a 200 metros da Catedral.
Procissão atrai 800 fiéis
A missa e a procissão de São Sebastião reuniram, no início da noite
desta terça, 800 fiéis, segundo a PM.
A vigilante Edilene Oliveira, 32, herdou da avó a devoção ao santo. “Ela
era uma benzedeira muito devota e nasceu no dia 20 de janeiro, mesmo dia do santo.
São Sebastião a ajudou, já que, quando minha avó teve o último derrame, com
mais de 100 anos, foi desenganada pelos médicos, mas conseguiu se recuperar.
Deram no máximo três meses de vida e ela viveu mais quatro anos.”
Edilene também cita sua devoção. “Sou vigilante e São Sebastião é o
protetor desses profissionais. Há cinco anos, entrei na Catedral e pedi a Jesus
e ao santo a cura para um problema de trombose no meu braço que não tinha
diagnóstico.”
A vigilante passou por quatro médicos e os diagnósticos eram diversos e
confusos. “Depois do pedido na igreja, eu fui ao pronto-socorro, a médica
acertou o diagnóstico e me curei. A fé é capaz de tudo.” (Lucas Catanho) Fonte: Jornal A cidade.
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