O Espírito é o único
que pode ajudar às pessoas e as comunidades a libertarem-se dos velhos e novos
determinismos, guiando-os com a lei do espírito que dá a vida em Cristo Jesus”
São João Paulo II
No dia 8 de junho de
2014 (domingo), celebraremos a solenidade de Pentecostes. Nestes dia,
recordamos o primeiro pentecostes, em que o Espírito Santo, depois da morte de
Jesus e cinquenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a
comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo.
Quem é o Espírito Santo?
Segundo o Catecismo
da Igreja Católica, o Espírito Santo é a “Terceira Pessoa da Santíssima
Trindade”. Quer dizer, havendo um só Deus, existem nele três pessoas
diferentes: Pai, Filho e Espírito Santo. Esta verdade foi revelada por Jesus em
seu Evangelho.
O Espírito Santo
coopera com o Pai e o Filho desde o começo da história até sua consumação,
quando o Espírito se revela e nos é dado, quando é reconhecido e acolhido como
pessoa. O Senhor Jesus no-lo apresenta e se refere a Ele não como uma potência
impessoal, mas como uma Pessoa diferente, com seu próprio atuar e um caráter
pessoal.
O Espírito Santo, o Dom de Deus
“Deus é Amor” (Jo
4,8-16) e o Amor que é o primeiro Dom, contém todos os demais. Este amor “Deus
o derramou em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
Poste que morremos,
ou ao menos, fomos feridos pelo pecado, o primeiro efeito do Dom do Amor é a
remissão de nossos pecados. A Comunhão com o Espírito Santo, “A graça do Senhor
Jesus Cristo, e a caridade de Deus, e a comunicação do Espírito Santo sejam
todos vossos” (2Cor 13,13;) é a que, na Igreja, volta a dar ao batizados a
semelhança divina perdida com o pecado.
Pelo Espírito Santo
nós podemos dizer que “Jesus é o Senhor”, quer dizer para entrar em contato com
Cristo é necessário Ter sido atraído pelo Espírito Santo.
Mediante o Batismo
nos é dado a graça do novo nascimento em Deus Pai por meio de seu Filho no
Espírito Santo. Porque os que são portadores do Espírito de Deus são conduzidos
ao Filho; mas o Filho os apresenta ao Pai, e o Pai lhes concede a
incorruptibilidade. Portanto, sem o Espírito não é possível ver ao Filho de
Deus, e sem o Filho, ninguém pode aproximar-se do Pai, porque o conhecimento do
Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se alcança pelo Espírito
Santo.
Vida e Fé. O Espírito
Santo com sua graça é o “primeiro” que nos desperta na fé e nos inicia na vida
nova. Ele é quem nos precede e desperta em nós a fé. Entretanto, é o “último”
na revelação das pessoas da Santíssima Trindade.
O Espírito Santo
coopera com o Pai e o Filho desde o começo do Desígnio de nossa salvação e até
sua consumação. Somente nos “últimos tempos”, inaugurados com a Encarnação redentora
do Filho, é quando o Espírito se revela e nos é dado, e é reconhecido e
acolhido como Pessoa.
O Paráclito. Palavra do
grego “parakletos”, o mediador, o defensor, o consolador. Jesus nos apresenta
ao Espírito Santo dizendo: “O Pai vos dará outro Paráclito” (Jo 14,16). O
advogado defensor é aquele que, pondo-se de parte dos que são culpáveis devido
a seus pecados os defende do castigo merecido, os salva do perigo de perder a
vida e a salvação eterna. Isto é o que Cristo realizou, e o Espírito Santo é
chamado “outro paráclito” porque continua fazendo operante a redenção com a que
Cristo nos livrou do pecado e da morte eterna.
Espírito da Verdade: Jesus afirma de
si mesmo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). E ao
prometer o Espírito Santo naquele “discurso de despedida” com seus apóstolos na
Última Ceia, diz que será quem depois de sua partida, manterá entre os
discípulos a mesma verdade que Ele anunciou e revelou.
O Paráclito, é a
verdade, como o é Cristo. Os campos de ação em que atua o Espírito Santo são o
espírito humano e a história do mundo. A distinção entre a verdade e o erro é o
primeiro momento de tal atuação.
Permanecer e atuar na
verdade é o problema essencial para os Apóstolos e para os discípulos de
Cristo, desde os primeiros anos da Igreja até o final dos tempos, e é o
Espírito Santo quem torna possível que a verdade sobre Deus, o homem e seu
destino, chegue até nossos dias sem alterações.
Símbolos
O Espírito Santo é
representado de diferentes formas:
·
Água: O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no
Batismo, já que a água se transforma em sinal sacramental do novo nascimento.
·
Unção: Simboliza a força. A unção com o óleo é sinônimo do Espírito
Santo. No sacramento da Confirmação o confirmando é ungido para prepará-lo para
ser testemunha de Cristo.
·
Fogo: Simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito.
·
Nuvem e Luz: Símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo.
Assim desce sobre a Virgem Maria para “cobri-la com sua sombra” . No monte
Tabor, na Transfiguração, no dia da Ascensão; aparece uma sombra e uma nuvem.
·
Selo: é um símbolo próximo ao da unção. Indica o caráter indelével da
unção do Espírito nos sacramentos e falam da consagração do cristão.
·
A Mão: Mediante a imposição das mãos os Apóstolos e agora os Bispos,
transmitem o “Dom do Espírito”.
·
A Pomba: No Batismo de Jesus, o Espírito Santo aparece em forma de pomba
e posa sobre Ele.
O Espírito Santo e a vida cristã
A partir do Batismo,
o Espírito divino habita no cristão como em seu templo. Graças à força do
Espírito que habita em nós, o Pai e o Filho vêm também habitar em cada um de
nós.
É o Dom do Espírito
Santo que:
·
Nos eleva e assimila a Deus em nosso ser e em nossas ações;
·
Nos permite conhecê-lo e amá-lo;
·
Faz com que nos abramos às divinas pessoas e que estas fiquem em nós.
A vida do cristão é uma existência espiritual, uma
vida animada e guiada pelo Espírito para a santidade ou perfeição da caridade.
Graças ao Espírito Santo e guiado por Ele, o cristão tem a força necessária para lutar contra tudo o que se opõe à vontade de Deus.
Graças ao Espírito Santo e guiado por Ele, o cristão tem a força necessária para lutar contra tudo o que se opõe à vontade de Deus.
Para que o cristão possa lutar, o Espírito Santo o
presenteia com seus sete dons, que são disposições permanentes que tornam o
homem dócil para seguir os impulsos do Espírito. Estes dons são:
1. Dom da Ciência: é o Dom do Espírito
Santo que nos permite aceder ao conhecimento. É a luz invocada pelo cristão
para sustentar a fé do batismo.
2. Dom do Conselho: saber decidir com
acerto, aconselhar aos outros facilmente e no momento necessário conforme a
vontade de Deus.
3. Dom da Fortaleza: é o Dom que o
Espírito Santo concede ao fiel, ajuda na perseverança, é uma força
sobrenatural.
4. Dom da Inteligência: é o Dom do Espírito
Santo que nos leva ao caminho da contemplação, caminho para aproximar-se de
Deus.
5. Dom da Piedade: o coração do
cristão não deve ser nem frio nem indiferente. O calor na fé e o cumprimento do
bem é o Dom da piedade, que o Espírito Santo derrama nas almas.
6. Dom da Sabedoria: é concedido pelo
Espírito Santo que nos permite apreciar o que vemos, o que pressentimos da obra
divina.
7. Dom do Temor de Deus: é o Dom que nos
salva do orgulho, sabendo que devemos tudo à misericórdia divina.
Por outro lado os frutos do Espírito Santo são:
1. Caridade.
2. Alegria.
3. Paz.
4. Paciência.
5. Longanimidade.
6. Bondade.
7. Benignidade.
8. Mansidão.
9. Fé.
10.
Modéstia.
11.
Continência.
12.
Castidade.
Qual é a diferença entre graça e dom?
O que é a Graça?
Segundo o Catecismo
da Igreja Católica, a graça é o favor, o auxílio gratuito que Deus nos dá para
responder a seu chamado: chegar a ser filhos de Deus, filhos adotivos
partícipes da natureza divina, da vida eterna.
Ao falar e graça é
feita uma distinção:
a) Graça Santificante: É uma disposição
estável e sobrenatural que aperfeiçoa a alma para torná-la capaz de viver com
Deus, de atuar por seu amor. E esta é recebida no Batismo e quando a perdemos
pelo pecado mortal a recuperamos no Sacramento da Confissão.
b) Graça Atual: São as intervenções de
Deus em nossas vida para nos ajudar na conversão e no crescimento em santidade.
Quer dizer, são aquelas graças que Deus derrama em momentos específicos de
nossas vidas em que recebemos uma luz nova sobre a vida de Deus e a vida em
Deus, ou em um momento de tentação para poder suportá-la e vencer, ou as graças
que nos são dadas em um momento de sofrimento ou prova que nos ajudam a ter a
fortaleza necessária para suportá-los. Estas graças são auxílios momentâneos da
parte de Deus para nos ajudar em nossa vida diária.
A graça aumenta à
medida que permitimos ao Espírito Santo atuar pela participação nos
sacramentos, a oração e a vida virtuosa – tudo pelos méritos de Cristo. A graça
nos assemelha à vida de Cristo: suas virtudes, forma de pensar e de agir.
O que são os dons?
Novamente voltando ao
Catecismo, quando se fala de “dons” refere-se àqueles “presentes” que o
Espírito Santo nos dá. Os Dons são disposições permanentes que tornam o homem
dócil para seguir os impulsos do Espírito Santo.
Os dons de santificação são aquelas
disposições que nos fazem viver a vida cristã completando e levando a sua
perfeição as virtudes em nossas vidas. Estes são sete e a Igreja se refere a
eles como “os dons do Espírito Santo”. Estes dons são recebidos no Batismo, mas
estão como presentes sem abrir, logo na Confirmação voltamos a receber uma
efusão do Espírito para desenvolvê-los.
Os carismas. Além dos dons de
santificação, o Espírito Santo no dá carismas, dos quais São Paulo
nos fala: “Há diversidade de carismas, mas o Espírito é o mesmo; diversidade de
ministérios, mas o Senhor é o mesmo; diversos modos de ação, mas é o mesmo Deus
que realiza tudo em todos. Cada um recebe o Dom de manifestar o Espírito para a
utilidade de todos.” (1Cor 12, 4-7).
Os carismas são como
ferramentas. A graça é dada a todos, mas a cada um carismas diferentes segundo
nossa missão. Estes podem ser usados bem ou mal. Não são condição nem garantia
de santidade. Já que Deus nos criou livres, os carismas podem ser bem ou mal
utilizados. Pode ser o caso de alguém que tenha grandes dons – como o dom da
palavra, cura, línguas, etc. mas não viva em graça, como foi o caso do filho
pródigo que partiu da casa paterna e malgastou os bens entregues a ele.
Concluindo: enquanto a graça é
participação da vida divina, os dons são presentes para ajudar-nos a viver esta
vida da graça e para edificar a Igreja.
Todos os fiéis
devemos invocar ao Espírito Santo e pedir-lhe que renove em nós as graças e
dons que recebemos para que nossa vida cristã seja testemunho fiel de nosso
Senhor Jesus Cristo e possamos levar ao mundo inteiro a Luz de Cristo.
O Espírito Santo e a Igreja
A Igreja, comunhão
vivente na fé dos apóstolos que ela transmite, é o lugar de nosso conhecimento
do Espírito Santo:
·
Nas Escrituras que Ele inspirou;
·
Na Tradição, da qual os Padres da Igreja são testemunhas sempre atuais;
·
No Magistério da Igreja, ao que Ele assiste;
·
Na liturgia sacramental, através de suas palavras e seus símbolos, onde
o Espírito Santo nos põe em comunhão com Cristo;
·
Na oração na qual Ele intercede por nós;
·
Nos carismas e ministérios mediante os quais a Igreja é edificada;
·
Nos sinais de vida apostólica e missionária;
·
No testemunho dos santos, onde Ele manifesta sua santidade e contínua
obra da salvação;
A Igreja reconhece ao Espírito Santo como
santificador. O Espírito Santo é força que santifica porque Ele mesmo é “espírito
de santidade”. A Igreja nascida com a Ressurreição de Cristo, se manifesta
ao mundo pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes. Por isso aquele
episódio de que “começaram a falar em línguas diferentes”, para que todo o
mundo conheça e entenda a Verdade anunciada por Cristo em seu Evangelho.
A Igreja não é uma
sociedade como outra qualquer; não nasce porque os apóstolos estavam de acordo;
nem porque tenham convivido juntos por três anos; nem sequer pelo seu desejo de
continuar a obra de Jesus. O que faz e constitui como Igreja a todos aqueles
que “estavam juntos no mesmo lugar” (Atos, 2,1), é que “todos ficaram repletos
do Espírito Santo” (Atos, 2,4).
Tudo o que a Igreja anuncia, testemunha e celebra é
sempre graças ao Espírito Santo. São dois mil anos de trabalho apostólico, com
tropeços e avanços, erros e acertos, toda uma história de luta para fazer
presente o Reino de Deus entre os homens, que não terminará até o fim do mundo,
pois Jesus antes de partir no-lo prometeu: “…eu estarei convosco, todos
os dias até o fim do mundo” (Mt, 28,20).
O Espírito Santo na vida do cristão
João Paulo II, Audiência geral, 13
setembro 2000
1. No Cenáculo, na última noite de
sua vida terrena, Jesus promete cinco vezes o Dom do Espírito Santo (cf. Jo 14,
16-17; 14, 26; 15, 26-27; 16, 7-11; 16, 12-15). no mesmo lugar, na tarde de
Páscoa, o Ressuscitado se apresenta aos apóstolos e infunde o Espírito
prometido, com o gesto simbólico do hálito e com as palavras: “¡Recebei o
Espírito Santo!” (Jo 20, 22). Cinqüenta dias depois, outra vez no Cenáculo, o
Espírito Santo irrompe com sua potência transformando os corações e a vida dos
primeiros testemunhas do Evangelho.
Desde então, toda a
história da Igreja, em suas dinâmicas mais profundas, está impregnada pela
presença da ação do Espírito, “entregue sem medida” aos que crêem em Cristo
(cf. Jo 3, 34). O encontro com Cristo comporta o dom do Espírito Santo que,
como dizia o grande padre da igreja, Basílio, “se difunde em todos sem que
experimente diminuição alguma, está presente em cada um dos que são capazes de
recebê-lo como se fossem os únicos, e em todos difunde a graça suficiente e
completa” (“De Spiritu Sancto”, IX, 22). Desde os primeiros instantes de vida
cristã.
2. O apóstolo Paulo, na passagem da
Carta aos Gálatas que acabamos de escutar (cf. 5, 16-18. 22-25), delineia “o
fruto do Espírito” (5, 22) fazendo a lista de una gama de virtudes que faz
florescer na existência do fiel. O Espírito Santo se encontra na raiz da
experiência de fé. De fato, no Batismo, nos convertemos em filhos de Deus
graças precisamente ao Espírito: “A proba de que sois filhos é que Deus enviou
a nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: ¡Abbá, Pai!” (Gl 4, 6).
No próprio manancial
da existência cristã, quando nascemos como criaturas novas, encontra-se o sopro
do Espírito, que nos faz filhos no Filho e nos faz “caminhar” pelos caminhos de
justiça e salvação (cf. Gl 5, 16).
O Espírito na prova
3. Toda a aventura do
cristão terá que desenvolver-se, portanto, sob a influência do Espírito. Quando
Ele nos volta a apresentar a Palavra de Cristo, resplandece em nosso interior a
luz da verdade, como tinha prometido Jesus: “o Paráclito, o Espírito Santo, que
o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos
disse” (João 14, 26; cf. 16,12-15).
O Espírito está junto
de nós no momento da prova, convertendo-se em nosso defensor e apoio: “Quando
vos entregares, não vos preocupeis de como ou o que deveis falar. O que tendes
que falar vos será comunicado naquele momento. Porque não sereis vós que
falareis, mas o Espírito de vosso Pai que falará em vós” (Mt 10, 19-20). O
Espírito se encontra nas raízes da liberdade cristã, que liberta do jugo do
pecado. O diz claramente o apóstolo Paulo: “A lei do espírito que dá a vida em
Cristo Jesus te libertou a lei do pecado e da morte” (Romanos 8, 2). A vida
moral –como nos lembra São Paulo-pelo fato de ser irradiada pelo Espírito
produz frutos de “amor, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio de si” (Gálatas 5, 22).
O Espírito e a comunidade
4. O Espírito anima a toda a
comunidade dos fiéis em Cristo. Esse mesmo apóstolo celebra através da imagem
do corpo a multiplicidade e a riqueza, assim como a unidade da Igreja, como
obra do Espírito Santo. Por um lado, Paulo faz uma lista da variedade de carismas,
quer dizer, dos dons particulares oferecidos aos membros da Igreja (cf. 1Cor
12, 1-10); por outro, confirma que “todas estas coisas são obra de um mesmo e
único Espírito, distribuindo-as a cada um em particular segundo sua vontade”
(1Cor 12, 11). De fato, “em um só Espírito fomos todos batizados, para não
formar mais que um corpo, judeus e gregos, escravos e livres. E todos bebemos
de um só Espírito” (1Cor 12, 13). O Espírito e nosso destino Por último,
devemos ao Espírito o poder alcançar nosso destino de glória. São Paulo utiliza
neste sentido a imagem do “selo” e o “penhor”: “fostes selados com o Espírito
Santo da Promessa, que é penhor de nossa herança, para redenção do Povo de sua
possessão, para louvor de sua glória”
(Ef 1, 13-14; cf. 2Cor 1, 22; 5,5). Em síntese: toda a vida do cristão, desde as origens até sua última meta, está sob a bandeira e a obra do Espírito Santo.
(Ef 1, 13-14; cf. 2Cor 1, 22; 5,5). Em síntese: toda a vida do cristão, desde as origens até sua última meta, está sob a bandeira e a obra do Espírito Santo.
Mensagem do Jubileu
5. Gosto de lembrar, no transcurso
deste ano jubilar, o que afirmava na encíclica dedicada ao Espírito Santo: “O
grande Jubileu do ano dos mil contém, portanto, uma mensagem de libertação por
obra do Espírito, que é o único que pode ajudar as pessoas e as comunidades a
libertar-se dos velhos e novos determinismos, guiando-os com a “lei do espírito
que dá a vida em Cristo Jesus”, descobrindo e realizando a plena dimensão da
verdadeira liberdade do homem. Com efeito –como escreve São Paulo– “onde está o
Espírito do Senhor, ali está a liberdade”" (Dominum et vivificantem, n.
60). Ponhamo-nos, portanto, nas mãos da ação libertadora do Espírito, fazendo
nossa a surpresa de Simeão o Novo Teólogo, que se dirige à terceira pessoa
divina nestes termos”: “Vejo a beleza de tua graça, contemplo seu fulgor e o
reflexo de sua luz; me arrebata seu esplendor indescritível; sou empurrado fora
de mim enquanto penso em mim mesmo; vejo como era e o que sou agora. Ó
prodígio! Estou atento, cheio de respeito para mim mesmo, de reverência e de
temor, como se estivesse diante de ti; não sei o que fazer porque a timidez me
domina; não sei onde sentar-me, aonde aproximar-me, onde reclinar estes membros
que são teus; em que obras ocupar estas surpreendentes maravilhas divinas”
(Hinos II, 19-27; cf. Exortação apostólica pos-sinodal “Vita consecrata”, n.
20).
Fonte: Aci Digital
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