PALAVRA DO ARCEBISPO - CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2015


Neste mês de fevereiro, no dia 18, terá início o tempo quaresmal e também a Campanha da Fraternidade (CF) 2015. O tema desta CF é “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e o lema: “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45).

Campanha da Fraternidade 2015

Neste mês de fevereiro, no dia 18, terá início o tempo quaresmal e também a Campanha da Fraternidade (CF) 2015. O tema desta CF é “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e o lema: “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45). Sabemos que a Campanha da Fraternidade visa despertar e alimentar o espírito comunitário e a verdadeira solidariedade na busca do bem comum.

A Campanha da Fraternidade 2015 tem como objetivo geral: “Aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus” (Texto-base [TB], 13). Este objetivo geral desdobra-se em seis objetivos específicos (idem).

O Texto-Base (TB), que é a grande orientação da CF, constitui-se essencialmente de três partes. Na primeira parte, o TB aborda um breve histórico das relações Igreja e sociedade no Brasil e como a Igreja foi respondendo aos desafios. Em seguida, analisa a sociedade brasileira atual e seus desafios, tais como: a demografia; a urbanização e algumas dificuldades; a questão das políticas públicas com objetivos econômicos e sociais; a violência na sociedade brasileira. O TB destaca também o serviço da Igreja à sociedade brasileira, lembrando a assistência aos mais necessitados, a atuação das pastorais sociais. O TB aborda, ainda nesta primeira parte, a questão das convergências e divergências na relação Igreja-Sociedade, tratando do pluralismo na sociedade brasileira, da reforma política e a participação popular, das redes de comunicação, do laicismo e a laicidade, da cultura do descartável, dos sinais dos novos tempos, da esperança diante dos desafios (TB, 14-111).

Na segunda parte, o TB aborda a relação Igreja-sociedade à luz da Palavra de Deus, partindo da caminhada do povo de Israel, passando pelo tempo de Jesus e sua lógica do serviço: “Jesus não se apresentou como quem queria prestígio, mas como servidor [...] usou sua autoridade para servir [...] Para assumir a missão de Jesus, o discípulo precisa estar tomado pelo espírito de serviço” (TB, 130, 133, 137). Esta segunda parte trata também da Igreja nascente a serviço de uma sociedade reconciliada e apresenta uma mensagem de esperança e vitória, a partir do livro do Apocalipse, que mostra o final feliz da história humana, o projeto de Deus realizado (cf. TB, 147). Nesta parte, trata-se também da relação Igreja-sociedade à luz do magistério da Igreja, lembrando, a partir do Concílio Vaticano II, que a Igreja é também a comunidade dos seguidores de Jesus a serviço da sociedade. “As relações da Igreja com a sociedade humana em geral são inerentes à sua própria natureza. Ela é comunidade de homens e mulheres seguidores e seguidoras de Jesus Cristo, constituída por Ele com a missão de anunciar e testemunhar o Evangelho da salvação a toda a criatura (cf. Mc 16,15). Nesta compreensão, os padres do Concílio mostraram que a Igreja em sua missão deve dirigir-se a todas as pessoas” (TB, 153). Também se destaca aqui a opção pelo ser humano e preferencialmente pelos pobres: “O Concílio indicou a necessidade de aproximar a Igreja dos pobres...” (TB, 163). “O Papa Francisco propôs no início de seu pontificado o empenho por uma Igreja pobre para os pobres...” (TB, 167). Esta parte termina com a apresentação da relação Igreja-sociedade à luz da Doutrina Social da Igreja, destacando a pessoa humana, a família, o bem comum, a participação na promoção da justiça social, a relação entre Igreja e Estado, e a reforma do Estado com a participação democrática.

A terceira parte começa dizendo: “Na Constituição pastoral Gaudium et Spes, a Igreja expressou de modo claro a relação que existe entre a missão que lhe é própria e a responsabilidade que ela tem de colaborar com a sociedade. Consciente disso, ela atua em favor de tudo o que eleva a dignidade humana, consolida a coesão social e confere sentido mais profundo à atividade humana...” (TB, 220). Portanto, esta terceira parte apresenta as ações que podemos realizar nesta Campanha da Fraternidade 2015. Primeiramente, esta parte lembra que a dignidade da pessoa humana, o bem comum e a justiça social são os critérios pelos quais a Igreja discerne a oportunidade e o estilo de seu diálogo e de sua colaboração com a sociedade (cf. TB, 226). Em seguida o TB apresenta o serviço da Igreja à Sociedade (TB, 231-239); para cada item, oferece sugestões para ações concretas. Esta parte termina, chamando a atenção para o gesto concreto, ou seja, a Coleta da Solidariedade, no Domingo de Ramos, a ser realizada em 29 de março. É o fruto de nossa penitência quaresmal que vamos colocar nesta coleta.

Vivamos intensamente o tempo quaresmal e avancemos em nossa conversão pessoal e comunitária concretizando os apelos da Campanha da Fraternidade 2015.

Dom Moacir Silva
Arcebispo Metropolitano


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