Liturgia Dominical - 22/08/10
21º Domingo do Tempo Comum
Is 66,18-21 = E reconduzirão, de toda parte, vossos irmãos
Sl 116 = Cantai louvores ao Senhor todos os povos
Hb 12,5-7.11-13 = O Senhor corrige a quem ele ama
Lc 13,22-30 = Virão do Oriente e do Ocidente, e tomarão lugar à mesa
Comentários:
Os que se salvam
Jesus está a caminho de Jerusalém. É seguido por uma grande multidão. De repente, alguém lhe pergunta: “Senhor, são poucos os homens que se salvam?” (cf. Lc 13,22-30)
A pergunta está centrada na quantidade. Mas, a resposta de Jesus segue a tradição dos profetas de Israel, fazendo acompanhar suas palavras com uma imagem forte que a todos interpela. Quem quiser entrar no Reino, precisa passar pela porta estreita. Enquanto caminha para Jerusalém, ele vislumbra o projeto do Pai: convidar a humanidade sofredora a ingressar, pela porta estreita, na sala do banquete do Reino.
A porta estreita é, em primeiro lugar, o próprio Jesus – o único caminho que nos leva ao Pai. É estreita porque o Mestre não promete vida fácil para seus discípulos. Todos são convidados a participar da marcha para Jerusalém, com Jesus. Não se trata de um movimento de massa. Cada um é responsável pelos seus atos. Ser salvo significa assumir a própria existência, seguindo os passos do Mestre que passará pela humilhação e suplício da cruz. O que supõe desprendimento, dedicação e entrega total à causa do Reino. É terrível a sentença dirigida aos que estão batendo à porta do Reino: “Não sei donde sois. Porque vocês são ‘malfeitores’! Vieram por outra estrada, não percorreram os meus caminhos”.
O horizonte de Jesus não é pessimista. A porta estreita estará sempre aberta para aqueles que se fazem discípulos do Evangelho. Garante Jesus: “Virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e se sentarão à mesa no Reino de Deus.” Porém, num determinado momento a porta será fechada. Enquanto temos tempo precisamos nos comprometer com o bem, a verdade, a justiça. Fica a advertência de Jesus: “Há últimos que serão os primeiros e há primeiros que serão os últimos.”
Dom Joviano de Lima Júnior, SSS
Arcebispo de Ribeirão Preto
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